quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Ah... os estaduais!

Neste fim de semana pode-se dizer que todos os campeonatos regionais começaram de fato, após a estréia do Cruzeiro, o último time grande a jogar na temporada. Independente do estado ou região, todos eles enfrentam o mesmo problema. A falta de interesse dos clubes e da torcida.

A média do Campeonato Paulista é pouco superior a cinco mil pessoas como podemos ver no site oficial da Federação Paulista de Futebol. Já no Campeonato Carioca os números são mais risíveis ainda, inferiores a duas mil pessoas na última rodada (incluindo ai o clássico Botafogo x Flamengo), como vemos aqui.

Nos grandes centros como Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul têm percebido através de comentário e reportagens na mídia esportiva que os grandes clubes, em geral, não estão muito preocupados com os estaduais, preservando seus elencos para as competições mais importantes como a Libertadores e a Copa do Brasil.

Hoje os estaduais perderam a força e o charme que já tiveram em um passado não tão distante. Com a consolidação do campeonato brasileiro em do turno e returno, a importância da Copa Libertadores e o fortalecimento de uma “elite” de clubes, os estaduais tem se tornado meros torneios inicio, uma espécie de pré temporada, e isso tem afastado cada vez mais o público dos estádios.

Esse cenário corrobora o que eu penso dos campeonatos estaduais. Fica cada vez mais latente que as únicas equipes que ainda dão um pouco de importância a eles são os times que não tem previsão de disputar ou competir em alto nível os certames mais importantes do país.

Em clubes como, por exemplo, Corinthians, Santos, Fluminense, Internacional e Vasco, esse ano, tem objetivos maiores como a Libertadores e tem elencos para disputar o Brasileirão na ponta da tabela. A tendência é que com o passar dos anos e a consolidação de uma elite de clubes nos país, esse times vão abandonar os regionais em busca de preparar suas equipes para competições, atualmente, mais importantes.

Já fui favorável ao fim dos campeonatos estaduais e que o nosso calendário, bem como as competições sul americanas seguissem o padrão europeu. Porém é inevitável pensar nos clubes do interior, que sem essa competição não teriam campeonatos a disputar e condições de se manter em atividade.

Pareceu-me salutar a ideia dada pelo comentarista PVC esses dias na ESPN. Estaduais mais longos durante o ano todo com os clubes do interior e com os grandes entrando na fase final de play-off (mata – mata). A principio essa parece ser a melhor fórmula para tentar resgatar o prestigio do regional e manter os clubes em atividades e trazer ainda algum retorno financeiro para os clubes menores.

Se continuarmos com essa mesma fórmula defasada que a cada dia desgasta mais o produto futebol e, faz o torcedor perder o interesse, em curto prazo teremos sepultado os estaduais e clubes tradicionais do interior dos estados. Já está na hora dos nossos cartolas repensarem o formato dos campeonatos e colocarem a salvação dos clubes acima dos interesses pessoais.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Flamengo, Joel e Luxemburgo

A passagem do técnico Vanderlei Luxemburgo pelo Flamengo chegou ao fim na tarde desta quinta-feira. Essa é a terceira vez, em um passado recente, que o treinador é demitido de um clube. Depois de passagens fracas por Palmeiras e Atlético-MG, o treinador encerra sua passagem pela Gávea da mesma forma.

Mas o tema do post é sobre o time do Flamengo e não o treinador (volto a falar dele mais a frente). Em um ano que começou complicado para a equipe carioca, cheio de polêmicas extra-campo com atrasos de salários, o fica ou não fica de Ronaldinho e Thiago Neves. E por fim, a falta de um melhor futebol.

Olhando para frente e, contando com a provável chegada de Joel Santana, a perspectiva que eu tenho é que a curto prazo o ambiente no vestiário melhore, mas não acredito que no campo o time apresente grandes mudanças.

É inegável que por ter um perfil mais boleirão, boa praça e cômico na maioria das vezes, Joel conseguirá controlar bem os ânimos dentro do vestiário e trazer um pouco de paz ao convívio com os jogadores. Coisa que ultimamente o ex- treinador já não conseguia fazer.

O retrospecto de ambos é muito parecido nos últimos anos. Tanto Joel quanto Luxemburgo tem obtido êxito em campeonatos regionais, porém pecam se avaliarmos suas performances em torneios nacionais e internacionais.

Luxemburgo se destacou nos últimos anos por vencer só campeonatos regionais. Em 2008 por Palmeiras, 2010 com o Atlético Mineiro e no último ano pelo próprio rubro negro. Quando o assunto é torneio nacional, as campanhas não têm sido muito satisfatórias. Inclusive com o galo, os resultados foram tão pífios que quase culminaram com o rebaixamento da equipe mineira.

“Papai” Joel não tem tido sorte tão diferente do antigo comandante rubro-negro. Seu último êxito comandando uma equipe foi o campeonato carioca de 2010 a frente de um Botafogo que jogava um futebol muito burocrático e vivia de cruzamentos para louco Abreu.

De lá para cá, o provável novo técnico do Flamengo teve uma passagem relâmpago por Cruzeiro, com mais derrotas do que vitórias, e a atual passagem pelo Bahia em que conseguiu livrar a equipe do rebaixamento na penúltima rodada do campeonato brasileiro.

Nessa história toda, o maior beneficiado é o Flamengo que vai conseguir acalmar o vestiário por algum tempo, até, quem sabe, conseguir colocar a casa em ordem. Para o futuro técnico, acredito que a troca não tenha sido válida. Afinal no Bahia ao que parece ele tinha um clube mais organizado e provavelmente maior estabilidade para trabalhar.

Já para o técnico Luxemburgo, recém demitido, é mais um golpe na tentativa de reerguer sua carreira e recuperar o velho brilho de outrora. A principio não vejo muito mercado para ele nos grandes centros do futebol brasileiro. Agora é esperar para ver se a atitude da presidenta do Flamengo renderá frutos, quanto tempo Joel permanecerá no cargo e qual será o próximo clube a apostar suas fichas no trabalho de um técnico decadente.